Cultivado no mundo há pelo menos cinco mil anos, o milho se tornou a primeira cultura a atingir a marca de um bilhão de toneladas produzidas em uma safra. Estados Unidos, China e Brasil estão no topo do ranking de países produtores, correspondendo a cerca de 73,3% da produção mundial do grão.
No Brasil, o milho é a segunda cultura mais cultivada, ficando atrás apenas da soja. A estimativa de produção da safra 2022/23 está em 130 milhões de toneladas, 14,9% a mais que a safra anterior, segundo o 11º Levantamento da Safra de Grãos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Entenda, neste artigo, como foi o caminho para chegarmos nesses números, a evolução da produtividade, o protagonismo do milho safrinha, os desafios de produção e como cada obstáculo vem sendo superado com o auxílio da inovação e da tecnologia. Boa leitura!
Protagonismo da cultura do milho no Brasil
Nativo das Américas, o milho já era plantado e consumido pelos povos originários há muito tempo, mas foi com a descoberta do seu valor nutricional pelos europeus que o interesse na exploração comercial da cultura se intensificou. Posteriormente, acompanhou o crescimento da produção animal, que atualmente constitui a maior fonte de demanda pelo grão no Brasil e no mundo.
No nosso país, o milho tem se estabelecido, safra após safra, como uma das principais culturas agrícolas. Para se ter uma ideia, na safra 1976/77 – primeira com registros na série histórica da Conab – a área total cultivada com a cultura foi de aproximadamente 11,8 milhões de hectares. Já na safra 2022/23, 22,2 milhões de hectares foram destinados ao cultivo do grão, representando a segunda cultura agrícola mais plantada em território nacional.
Em termos de exportação, o Brasil está prestes a assumir protagonismo mundial: a projeção da Conab é que 50 milhões de toneladas de milho deixem o Brasil via portos nesta safra, aproveitando a conjuntura de crescimento da produção nacional aliada à maior demanda externa. Com esse montante, o Brasil ultrapassa os Estados Unidos e fica com a liderança do ranking, demonstrando que a cultura vem ocupando uma posição de destaque no cenário econômico interno e impactando o mercado internacional.
Evolução de produção e produtividade do milho no Brasil
Nas últimas três décadas, o Brasil viu a produção de milho saltar mais de 100 milhões de toneladas e a produtividade média passar de pouco mais de 2.000 kg/ha para 5.855 kg/ha. Quando olhamos para os dados referentes à primeira safra isoladamente, a produtividade média ultrapassa a marca dos 6.000 kg/ha.
A obtenção desses números só tem se tornado possível pela junção de alguns fatores, como: o desenvolvimento de cultivares adaptadas ao clima das diferentes regiões produtoras, a adoção de um manejo de solo mais conservacionista e o manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas.
Todas essas melhorias são resultados do investimento em pesquisas que geram novos conhecimentos, tecnologias e inovações para serem aplicadas no campo, visando o desenvolvimento da agricultura nacional. Isso tem resultado em cultivos cada vez mais tecnificados e contribuído para obtenção de melhores produtividades.
Além disso, um aspecto importante que deve ser levado em consideração é o fato do milho atualmente ser cultivado em três safras, contribuindo para o aumento da produção brasileira e da competitividade do grão no cenário internacional. Confira mais detalhes abaixo:
- No início da série histórica, tem-se registro apenas de uma safra, cultivada no verão. Em 1979/80, começam os registros dos dados produtivos da segunda safra, chamada de milho safrinha, cultivada, principalmente, após a colheita de soja nos principais Estados produtores.
- Gradualmente, a safrinha foi ganhando importância devido à preferência de cultivo pela soja no verão, se tornando, eventualmente, a principal safra de milho. Atualmente, é responsável por 100 das 130 milhões de toneladas produzidas.
- A terceira safra, por sua vez, começou a ser registrada em 2018/19 e hoje em dia contribui com cerca de 2,4 milhões de toneladas do total produzido pelo país. É semeada no outono/inverno, principalmente na região Nordeste – em especial em Sergipe, Alagoas e na Bahia – e produz grãos de elevada qualidade, além de ser fora do período tradicional de comercialização, o que gera boas possibilidades de rentabilidade ao produtor. A localização da produção da terceira safra também constitui vantagem quando se analisa a proximidade dos terminais portuários, diminuindo os custos de frete para exportação.
Todo esse cenário de crescimento da produção de milho no país visa atender, além da demanda por exportação, o aumento da demanda doméstica, impulsionada pela expansão do mercado de avicultura e suinocultura, grandes consumidores do grão. A indústria de biocombustíveis também tem se mostrado outra alternativa no mercado – cada vez mais diversificado – da cultura.
Leia também:
Safra recorde de grãos, mas onde armazená-los? Brasil enfrenta dilema
Transporte de grãos: pare de perder dinheiro nas estradas
Mercado de grãos e rentabilidade: como superar os preços baixos?
Versatilidade do mercado de milho
Que o milho é amplamente utilizado na alimentação animal e humana todos sabem, mas muita gente ainda desconhece a versatilidade desse grão.
Matéria-prima para fabricação de inúmeros produtos, o milho apresenta propriedades espessantes e colantes, sendo utilizado na produção de pneus, sacolas, tintas e detergentes. Adoçantes, antibióticos, baterias elétricas, filmes fotográficos e estufas agrícolas também estão entre os produtos beneficiados com a produção da cultura.
Além dessas aplicações, o milho cultivado no Brasil tem sido cada vez mais destinado à produção de etanol, com uma estimativa de produção de 6 bilhões de litros na safra 2023/24, segundo projeções da Unem (União Nacional do Etanol de Milho). O aumento da demanda internacional por biocombustíveis, juntamente com a expansão do complexo industrial brasileiro, tem impulsionado a capacidade produtiva de etanol de milho no país. Na safra 2022/23, 15% do etanol produzido no Brasil foi a partir do grão.
Hoje o Brasil conta com 18 usinas de etanol de milho em operação e mais nove estão em construção, demonstrando o potencial de crescimento do setor e constituindo mais uma opção de mercado para o produtor comercializar sua produção.
Desafios na produção de milho
Embora os dados de evolução da produção de milho no Brasil sejam expressivos, não foram fáceis de serem alcançados. O cultivo do milho após a colheita da safra de verão é um grande exemplo disso. Estabelecer um cultivo com altas produtividades em uma época em que as condições podem não ser as mais favoráveis exigiu um avanço significativo em diversas áreas do sistema produtivo, além de adaptação e resiliência muito grandes por parte dos produtores.
Ainda assim, o sucesso ao final do ciclo passa pelo enfrentamento de muitas adversidades, como pragas iniciais, plantas daninhas, manchas foliares, percevejos, cigarrinhas e mais uma série de desafios.
Uma das fases mais críticas, por exemplo, é o estabelecimento inicial da cultura. Nesse estádio, qualquer interferência na germinação, na formação do estande e no desenvolvimento inicial da planta pode causar prejuízos produtivos significativos e irreversíveis. É nessa fase, também, que alguns patógenos e pragas que habitam o solo e sobrevivem nos restos culturais – como os fungos causadores de antracnose, fusariose e tombamento de plântulas, além de corós e lagartas cortadeiras – geram danos severos e evidenciam a necessidade de proteção do cultivo desde a semente.
Outro desafio a ser manejado no cultivo de milho são as plantas daninhas, que podem gerar perdas de até 90% na produção caso não sejam controladas desde o início. As espécies de daninhas mais presentes nas lavouras de milho são a buva, o capim-amargoso, o capim-pé-de-galinha e o caruru-roxo.
Além disso, os produtores precisam lidar com problemas que, muitas vezes, não são nem visíveis, como é o caso dos Inimigos Ocultos, que, se não manejados, podem gerar prejuízos que equivalem, por exemplo, à perda de 1 safra a cada 10, conforme mostra uma pesquisa inédita realizada em parceria entre Syngenta, SBN (Sociedade Brasileira de Nematologia) e Agroconsult. Dessa forma, manter a cultura do milho em patamares tão elevados requer dedicação de toda a cadeia produtiva.
O papel da inovação e da tecnologia no avanço do milho no Brasil
Para que todos esses desafios de produção sejam superados, o investimento em pesquisa e inovação é fundamental. Nesse sentido, a Syngenta está sempre se antecipando às necessidades do produtor e trabalhando para continuar na vanguarda da proteção de cultivos, oferecendo as melhores formulações e visando estar sempre à frente na descoberta de novas formas de impulsionar o agronegócio.
No desenvolvimento de tecnologias para o tratamento de sementes, por exemplo, a Syngenta inovou e disponibilizou ao mercado FORTENZA® Vip Turbo, uma solução que une quatro ingredientes ativos fungicidas sistêmicos, além de dois inseticidas e um bioestimulante poderoso, tudo isso aliado à melhor biotecnologia.
Toda essa tecnologia contribui para o controle de doenças iniciais, fungos presentes no solo e também de diversas pragas iniciais importantes para a cultura, auxiliando as plantas a expressarem todo o seu potencial produtivo.
Para ajudar a controlar o problema das plantas daninhas, a Syngenta também colocou à disposição dos produtores uma formulação moderna que substituiu as convencionais devido à sua superioridade: CALARIS®, um herbicida pós-emergente considerado a evolução das atrazinas. A solução tem apresentado eficácia no controle de daninhas – inclusive resistentes ao glifosato – e com a vantagem de utilização de doses mais baixas, proporcionando economia e conveniência ao produtor, além de maior sustentabilidade à produção.
E as inovações não podem parar! Para continuar trilhando essa jornada de sucesso, é preciso ir além, e por meio de uma busca incansável por soluções e tecnologias inovadoras, a cultura do milho ainda ganha mais aliados que chegam para mudar o patamar de proteção e produtividade:
- MIRAVIS® Duo, fungicida com maior poder intrínseco de controle e amplo espectro de ação, que conta com ADEPIDYN® technology, nova molécula que apresenta uma performance incomparável no controle do complexo de doenças em mais de 30 cultivos;
- VERDAVIS®, inseticida acaricida à base da nova molécula PLINAZOLIN® technology, que chega para iniciar um controle sem precedentes de um amplo espectro de pragas, inclusive as mais difíceis de serem controladas.
Esse movimento de inovação é extremamente importante na proteção de cultivos, uma vez que as pragas e os patógenos podem desenvolver resistência a determinados princípios ativos. Sendo assim, a Syngenta mais uma vez confirma seu pioneirismo e coloca à disposição do produtor rural as soluções mais avançadas do mercado.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
Acesse o portal Syngenta e confira a central de conteúdos Mais Agro para ficar por dentro de tudo o que está acontecendo no campo.
Deixe um comentário